terça-feira, 29 de novembro de 2011

O que é mais ecológico, livro ou eBook?

À primeira vista, temos a impressão de que a resposta é fácil: "Claro que o eBook é mais ecológico, pois não utiliza papel". Mas não é bem assim. Vejamos como encarar a questão:

No passado, quando o hábito de ler livros se popularizou e cresceu - começo do século 20 - realmente houve uma enorme destruição de árvores para que elas se transformassem em polpa de celulose e depois em papel. Hoje já não é assim: as árvores usadas para a produção de papel são plantadas em enormes fazendas. São eucaliptos, em geral, de variedades genéticas próprias.

O fato dos eucaliptos serem cultivados faz toda a diferença pois, com isso, o livro está contribuindo para retirar carbono da atmosfera através do crescimento das árvores. Elas crescem limpando o ar. Depois são transformadas em livros, os quais guardam esse carbono em suas páginas. Livros raramente são destruídos. Poucos os jogam na lata de lixo. Então, esse carbono retirado da atmosfera e convertido em páginas de livro é um carbono que fica fora de circulação enquanto durar o livro. E essa duração é longa, por vezes muitas décadas. Ponto para o livro no placar da sustentabilidade.

Por outro lado, temos que reconhecer que, com o aumento da população e da escolaridade dessa população, o crescimento do número de leitores voltou a ocorrer, principalmente nos países chamados "emergentes. E o eBook veio, então, para salvar áreas de floresta que poderiam ser derrubadas para atender ao consumo desses novos leitores.

Naturalmente, a produção do livro em papel, assim como do tablet, tem um custo ambiental. São máquinas e matérias-primas mobilizadas em ambos os casos. Mas a verdade é que os tablets estão cada vez mais finos, cada vez eles utilizam menos material. Isso ocorre não porque os fabricantes tenham preocupação ambiental. Não tenhamos ilusões sobre isso. A redução do peso dos tablets é imperiosa para a agradar ao público e também devido à redução do preço.

Quando um fabricante consegue reduzir o peso de seu tablet em, digamos 90 g, os concorrentes lutam para promover uma redução ainda maior.

Em um tablet podem caber milhares de livros. Nesse sentido, ele é bem mais ecológico.

Este artigo não tem a pretensão de encerrar a questão. Para isso, precisaríamos de dados aprofundados sobre origem do plástico, metal e resinas que cada tablet possui em seus componentes. Precisaríamos de cálculos complexos. Digamos que, por hora, identificamos pontos positivos de sustentabilidade, tanto no tablet como no livro em papel.


domingo, 27 de novembro de 2011

Sistema DLNA - o caminho da parceria


Este site é mantido por entusiastas da parceria e dos empreendimentos colaborativos. O ser humano é gregário. É com a participação de todos que as coisas evoluem mais. Por exemplo, já abordamos aqui o Sistema Android, que está em 90% dos tablets no mundo e que é desenvolvido por um conselho mundial, o qual inclui empresas e fundações  O Android está se tornando o sistema operacional universal para tablets.

Neste artigo falaremos do sistema DLNA, que vai muito além dos tablets. Ele não é um sistema operacional, mas sim um sistema de compatibilidade universal. Ou seja, com o DLNA sua televisão vai poder se conectar facilmente com o pen-drive, seu tablet com o celular (para navegar na internet, por exemplo), seu GPS com o computador. Não importa a marca dos produtos, sua procedência, sua tecnologia interna. Se os dois têm o sistema DLNA, eles podem conversar. É mais ou menos como um egípcio conversando com um argentino, em inglês. Se os dois falam inglês, este é, para eles, o canal idiomático de comunicação. Assim é o DLNA.

DLNA é a sigla para Digital Living Network Alliance, Boa palavra essa, aliança. Esse consórcio, do qual fazem parte grandes empresas de tecnologia de vários países.

Então, imagine como nossa vida será facilitada quando todos os nossos aparelhos eletrônicos tiverem esse canal de comunicação. Imaginemos a cena:

Você tem uma antiga foto em papel, e quer mandar para um parente. Ao invés de tirar uma foto da foto - o que faria a imagem perder qualidade - você simplesmente conecta seu smartphone com o scanner (conexão sem fio). Escaneia a foto com boa definição e ela já é salva no telefone, facilitando o envio para quem você quiser. Não é preciso nem ligar o computador.

Outra hipótese:

Você quer imprimir um documento digitado no seu tablet, talvez para assiná-lo e regsitrá-lo em cartório - por enquanto isso ainda é necessário - e, assim, ter um comprovante de segurança. Mande diretamente do tablet para a impressora. Simples assim, com o sistema DLNA
Isso, de certa forma, obriga as empresas de tecnologia a adotarem o DLNA em seus equipamentos. Afinal de contas, quem quer ficar excluído de um sistema como esse? As empresas sabem que o consumidor, num futuro próximo, estará cada vez mais atento a isso: muitos dirão: "se não tiver DLNA, não vale a pena comprar". Então, pensam as empresas, melhor adotar agora do que ter que correr depois.

Essas considerações nos levam a voltar os olhos para uma das poucos empresas que querem ficar isoladas: a Apple. A pressão sobre a maçã mordida será enorme. Ficarão os produtos Apple segregados num apertado nicho, fora do DLNA, enquanto lá dentro, no salão amplo, estará acontecendo a maior festa?
 

O site oficial do sistema DLNA é este.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O livro em papel e o eBook

site dessa imagem
Ler eBooks, para mim, tornou-se mais confortável do que ler livros em papel. Essa descoberta fiz recentemente, quando encontrei meu querido livro Introdução à Relatividade Especial, de Robert Resnick, Editora Polígono. Um livro de uma didática ímpar, tornando simples aprender a teoria de Einstein que, afinal, é simples... depois de formulada, claro!

Um livro deve ser seguro com as duas mãos, e mantido como uma letra V não muito aberta, para não esgarçar as costuras. Sei bem que hoje as pessoas chegam a dobrar o livro ao contrário, com a capa e a contracapa se tocando, viradas para dentro, como se o livro fosse uma réles revista. Mas isso destrói o livro.

Meu Introdução à Relatividade Especial não está tão bem conservado, devido às inúmeras mudanças de residência deste 35 anos em que ele está comigo. Mas ainda está com a costura firme, e as páginas ainda com uma boa textura.

Pois bem, comecei a relê-lo. Mas cansei... Meus olhos estão excessivamente acostumados com as telas, e desacostumaram-se do papel. Depois de algumas tentativas de lê-lo, percebi que nem mesmo tenho uma mesa de escritório na qual pousá-lo, para não cansar as mãos. Só tenho a mesa do computador e a da cozinha. Logo pensei: "Se eu o encontrasse em formato digital, seria bom. Colocaria o livro em papel na estante, para poder olhar para ele, de vez em quando, e leria o eBook.

Meu Kindle é tão leve, e posso segurá-lo com apenas uma das mãos. Ler nele é mesmo muito confortável. Utilizo até mesmo a tela do computador para ler, mormente para ler notícias. Então, estava decidido: Einstein me revelaria seus segredos novamente, na releitura do livro. Só que desta vez seria em formato digital, comprado diretamente da editora.

Infelizmente, a Editora Polígono parece não existir mais. Pelo menos, não a encontrei no Oráculo (Google). Ela é mencionada apenas no excelente site de livros usados Estante Virtual. Assim, meu plano de comprar o eBook falhou. Então, quem sabe, farei um esforço para reler o livro em papel mesmo. Einstein vale a pena, e Robert Resnick foi muito feliz ao escrever essa obra.

Software da semana - Inkscape - imagens com qualidade profissional


Os softwares livres estão conquistando cada vez mais o mercado. São softwares gratuitos, com código livre. "Mas como pode ser grátis?" - perguntam os mais desconfiados. É que eles são feitos de maneira colaborativa. Muitos contribuem para aperfeiçoá-los e, com isso, todos ganham, não em dinheiro, mas em ferramentas para ganhar dinheiro.

Além disso, sempre se encontra, para comprar, um manual, um cd com tutoriais, etc. Ou seja, com o software livre, muitos ganham um pouco. Com os softwares proprietários, poucos ganham muito.

Ainda assim, o software proprietário tem sem valor. Na verdade, podemos considerar que o software livre e o software proprietário são complementares. 

Eu uso o Windows, pois utilizo softwares que não funcionam no Linux, como o Vue. No entanto, uso o LibreOffice, que é grátis, e não o Microsoft Office. Utilizo os navegadores Firefox, Opera, Google Chrome e SeaMonkey. Recebo meus emails pelo Mozilla Thunderbird, e não pelo Outlook. Outros softwares livres que utilizo: Blender, Mozilla Sunbird, Filezilla, Google Sketchup.

Por falar em Google Sketchup, vamos nos lembrar que existe uma diferença entre software grátis e software livre. Nem todos os softwares grátis são livres, isto é, de código-fonte aberto. É o caso do Sketchup. Mas isso é assunto para outro post. Vamos falar do software livre Inkscape.

Estamos na era da imagem. Um livro com imagens venderá mais do que um livro só com texto. É a marca desse momento da humanidade. Um eBook com imagens será muito mais atraente para o público. E, além do mais, mesmo que ele não tenha imagens no miolo, existe a capa. Uma capa sem imagens, só com texto, convenhamos, é uma capa árida.

O Inkscape é uma excelente ferramenta para fazer uma capa, entre outras utilidades. Sendo um software que combina desenho vetorial com imagens pixelizadas (1) e com texto, também facilita a criação de folhetos, revistas, etc.

Para utilizar o Inkscape é preciso ter uma boa noção de inglês e uma pequena noção de desenho vetorial. Mas o importante é o inglês, já que a versão mais recente não existe, ainda, em português. Na aba Help há vários tutoriais para serem seguidos. Infelizmente, por enquanto todos em inglês.

Mas se você não tem muito conhecimento em inglês, existe a Comunidade Inkscape Brasil, que tem muita ajuda em português, além de tutoriais, fóruns, etc. Essa atitude colaborativa é típica dos sofwares... colaborativos! Então, não espere mais. Baixe agora o Inkscape. O link para o download está no site da Comunidade, acima.

(1) esses termos mais técnicos vamos preferir não explicar aqui, pois tornaria o post muito grande, cansando a leitura.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

As crianças e a era digital

fotógrafo: Arvind Balaraman
Este site tem contato com professores, tanto de escolas privadas como da rede pública. Uma professora de escola pública estadual nos contou o seguinte: ela ajudou os alunos de uma de suas classes a escrever as famosas cartas a Papai Noel, pedindo um presente de Natal. O resultado não surpreendeu: praticamente todos os pequenos (de 8 e 9 anos) pediram tablets ao bom velhinho.

Não é à toa que o comércio varejista está a prever que este será o "Natal dos tablets". Com seu preço bem menor do que o de um computador (1), os tablets permitem navegar na internet, receber emails, conversar ou jogar online com amigos, ouvir música, ler livros e, conforme o modelo, assistir vídeos.

O que está ocorrendo é que as crianças que já nasceram na era digital não têm medo de explorar esse mundo fascinante que a internet nos disponibiliza. Enquanto os adultos (principalmente os mais velhos) têm uma grande resistência em aprender mais sobre computadores, tablets e internet.

Os tablets que as crianças desejam não é o iPad ou o Galaxy, com preços estratosféricos e totalmente fora da realidade do país. O que elas querem é um tablet, ponto. Elas anseiam por estarem conectadas, estarem em contato com seus amigos que já têm tablets.

Essas crianças e jovens navegam na lan-house, no smartphone ou no computador de casa. A internet já faz parte da realidade deles, assim como a luz elétrica faz parte da realidade dos adultos. Assim como os mais velhos não concebem a possibilidade de ficarem sem serviço de eletricidade, os jovens não aceitam a possibilidade de ficar desconectado da internet.

Por isso, a "onda" dos tablets é avassaladora. No caminho, essa tsunami varrerá aquelas empresas que não se prepararem adequadamente para essa nova era em que a tecnologia digital dominará a tv, o rádio, a telefonia, o jornalismo e a publicação de livros.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A crise e o eBook



Notícia do jornal espanhol El País nos informa que a venda de eBooks na Espanha aumentou 40% em relação a 2010. São 13000 obras digitais, representando 15% do total de livros registrados Pela Agência do ISBN, que corresponde à nossa Biblioteca Nacional.

O formato de arquivo mais utilizado nos eBooks vendidos é o epub, correspondendo a 60% do total das obras digitais. O formato pdf fica com apenas 31%.

Ora, a Espanha tem uma dívida externa de 160% do PIB (a nossa é de 38,8% do PIB). A Espanha tem uma reserva em dólares de menos de U$ 35 bilhões (a nossa é de U$ 350 bilhões). O desemprego na Espanha está em 23% e subindo (o nosso está em 7% e caindo). A Espanha está em uma difícil situação econômica!

Como se explica que um país em grave crise tenha um aumento de comercialização de eBooks? A notícia do El País não é muito clara sobre isso. Não sabemos se o total de títulos vendidos (juntando os dois formatos, em papel e digital) aumentou. Provavelmente não. Talvez a própria situação de crise explique esses dados. Um eBook é muito mais barato do que o livro em papel. Na Amazon temos eBooks sendo vendidos a U$ 0,99. O autor (assim como a Amazon) ganha na quantidade.

A venda de eBooks no Brasil está crescendo rapidamente. Mas muitos ainda preferem o livro em papel. Talvez porque o Brasil (e toda a América do Sul) estejam sentindo bem menos a crise, que se tornou uma crise especificamente da Europa e dos EUA, embora, logicamente, terá reflexos em todo o mundo. Por aqui, os livros são vendidos a preços como R$ 50,00 um livro de 250 páginas!! E há quem os compre. Muitos os compram. Não estamos em crise.

Talvez, nas próximas décadas, o livro em papel se torne um luxo para poucos, enquanto que o Ebook será um produto popular. Se um país estiver em crise, isso poderá ser medido pelo decréscimo da venda de livros em papel e proporcional incremento da comercialização de eBooks. Podemos fazer uma analogia com o cinema e o teatro. O cinema é mais acessível. O teatro é para poucos pois é caro.

O teatro nunca deixará de existir. Mas será, para sempre, um pequeno nicho de mercado para um público específico. Por outro lado, o cinema fez muito sucesso durante a crise de 1929. Era barato e os desempregados, dessa forma, tinham uma diversão.

O cinema, aos poucos, passará a ser um cinema em casa, nos aparelhos de tv de parede inteira. Assim como o eBook, que se transportará para qualquer tipo de mídia que vier a ser criado. O livro em papel será uma mercadoria cada vez mais preciosa e cara.


domingo, 20 de novembro de 2011

Em bom português - Cuidado com as gírias

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As gírias fazem parte de nosso dia a dia. Não há problema nenhum em seu uso na linguagem falada.

É claro que, naquela apresentação para a diretoria, o funcionário não usará gíria, exceto se o ambiente da empresa for muito, muito informal, o que não é comum. Mas esse mesmo funcionário poderá usar gírias e expressões quando estiver entre amigos e familiares.

Gírias são palavras inventadas ou modificadas, ou somente modificadas em seu conteúdo. Alguns exemplos:

- Irado = excelente

- Demorô = gostei

- Vê se pode! = mas que absurdo!

- Despencou = caiu
Na linguagem escrita é preciso limitar ao máximo o uso de expressões e gírias, pois elas são diferentes conforme a região do Brasil, e conforme a época. Em um ano ou dois, uma gíria pode cair em rápido desuso. Um livro (em papel ou digital) que contiver essas expressões ou gírias se tornará obsoleto, datado. Ou então só será atraente para aquelas regiões nas quais as expressões são usadas.

Nas revisões de livros ficcionais, é preciso alertar o autor para esses fatos. E, na diagramação dos livros, é necessário colocar as gírias em itálico, pois se o leitor não conhecer aquela gíria ou expressão, pelo menos o itálico irá alertá-lo de que se trata de português coloquial.

Ainda falando de livros ficcionais, é aceitável que os diálogos incluam gírias e expressões, quando estão na boca de um personagem que pede esse tipo de linguajar. No entanto, deve-se evitar gírias quando é o próprio autor se expressando como narrador.

Mas, atenção. Que este artigo não sirva de pretexto para preconceito linguístico. Lembremo-nos sempre de que existem vários formatos do idioma português - ou de qualquer outro. Não podemos considerar que o modo popular de se expressar seja "errado". Sobre isso, vamos postar novamente o vídeo da Editora Abril, que fala sobre a exposição Menas, patrocinada por ela.

sábado, 19 de novembro de 2011

A Apple e o mundo real


É preciso reconhecer que a Apple é uma empresa de sucesso. Ela faz produtos "exclusivos", para um público exclusivo.

Quando falamos do iPad, o tablet da Apple, falamos de sofisticação, design e qualidade. Mas há, na Apple, uma atitude de separatismo que pode levar a empresa a declinar num mundo em crise.

O isolacionismo da Apple foi abordado, nesta semana, numa matéria do Portal iG, com o título: Apple é uma das empresas mais fechadas do mundo. Um trecho da matéria:
Quem visita as maiores feiras de tecnologia do mundo, como a Consumer Electronics Show, realizada todo início de ano em Las Vegas (EUA), vê os lançamentos das maiores fabricantes de computadores, smartphones e tablets, mas sente falta de uma empresa. Apesar de haver estandes abarrotados de capas protetoras e acessórios para o iPhone e o iPad, a Apple nunca está presente na feira. Já as concorrentes, como a Samsung e a LG, usam essas grandes feiras como vitrines para seus principais lançamentos. Enquanto isso, a Apple apresenta seus produtos em poucos eventos, alguns deles em sua própria sede, em Cupertino (EUA).
Tudo na Apple é separado dos "outros". A ideia é manter os produtos da Apple no Olimpo dos desejos de consumo. Mas o risco é que eles ficam por lá mesmo, no Olimpo, enquanto as pessoas pensam: "O iPad é o máximo. Mas, por enquanto, vou comprar o Kindle Fire".

A empresa é de temperamento difícil até mesmo quando tem que se submeter às legislações dos países nos quais atua. Aqui no Brasil, na África do Sul e na Costa Rica a empresa não pode vender seus jogos, pois ela se recusa a aceitar a avaliação dos governos quanto à classificação indicativa desses jogos. A Apple quer fazer, ela mesma, essa classificação. Ou seja, ela quer ser um poder acima dos governos.

O fato do iPad usar um sistema "exclusivo" (outra vez essa palavra), ao invés do sistema universal Android, cria um muro entre o iPad e milhares de aplicativos para tablets disponíveis no mercado. Até mesmo a poderosa Amazon usa o Android em seu Kindle Fire.

Não é impossível ler, no iPad, livros eletrônicos baixados da web. Mas é difícil, requer um conhecimento que boa parte dos leitores de eBooks não têm. E nem querem ter. Tudo o que eles querem é ler o livro, ora bolas!

Então, repetimos vaticínio que já fizemos aqui: a Apple tem que tomar cuidado com tanta exclusividade. De tão exclusiva, a empresa pode perder as oportunidades que se apresentam a quem adota uma atitude INCLUSIVA.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Truques e dicas - pdf com links no LibreOffice

Já dissemos aqui que pdf não é eBook. O eBook é uma experiência de leitura. Essa experiência só é possível em certos formatos de arquivo como, por exemplo, o formato epub. Trata-se de um formato que, rapidamente, está se universalizando, podendo ser lido em quase qualquer plataforma.

Mas a verdade é que até mesmo grandes redes vendem eBooks em formato pdf! Então, paciência, vamos pelo menos aprender a melhorar nossos eBooks neste formato, mesmo não sendo o ideal.

Se você colocar links internos, já será uma grande sofisticação em seu livro digital.

Um software do qual já falamos aqui e que pode ajudar a produzir um pdf com links internos, é o LibreOffice. Ele pode ser baixado gratuitamente aqui. Já vem com a nova ortografia e com muitas ferramentas úteis. Uma dessas ferramentas é a exportação em pdf.

O pacote do LibreOffice inclui, além do excelente editor de textos, software para apresentações, planilha eletrônica, desenho vetorial, fórmulas matemáticas e banco de dados. Todo o pacote é compatível com o Microsoft Office, ou seja, você pode salvar os arquivos em formato doc, xls, ppt, etc. A Microsoft retribuiu incluindo, em seu pacote, os formatos do LibreOffice. Ou seja, o LibreOffice e o Microsoft Office são totalmente compatíveis.

Em minhas máquinas não uso mais o Microsoft Office, pois não gostei do visual confuso das últimas versões. Fiquei com o LibreOffice, gratuito, simples e amigável.

Uma vez instalado o LibreOffice, abra seu livro (em formato doc, por exemplo) com o Writter, o editor de texto do pacote LibreOffice. Aqui está uma página de índice, que será nosso exemplo:

Clique nas imagens para ampliá-las.

O livro ficará melhor se o índice for "clicável", isto é, se o leitor puder clicar e imediatamente ir para o capítulo que ele deseja ler. É o tal link interno. O primeiro passo para isso é criar marcadores, que nada mais são do que destinos de possíveis links. Em nosso caso, os marcadores ideais são os títulos dos capítulos. Então vamos ao capítulo um para criar um marcador.



Abre-se uma janela na qual você dá um nome ao marcador. Sugiro evitar letras maiúsculas, acentos, cedilhas ou espaços, pois estes atributos são incompatíveis com certas sintaxes de computador e podem causar problemas. No nosso caso, optamos por batizar o marcador do Capítulo 1 com o criativo título de capitulo1.

 
Pronto, agora já temos um destino para nosso link. Vamos então para o índice. Selecionamos o termo "Capítulo 1", e criamos um link interno para o marcador capitulo1.


Não esquecendo de manter o texto "Capítulo 1", como podemos ver do lado esquerdo. O programa automaticamente muda o formato do texto para sublinhado, mas podemos  alterar isso à vontade.

Repetimos esta operação para os outros capítulos e já temos, assim, uma navegação razoável em nosso eBook.

O próximo passo é exportar para pdf. Vamos para o menu Arquivo > exportar para pdf. Abre-se uma janela com as opções de exportação.


Lembremo-nos de habilitar a opção "Exportar marcadores", que se encontra na aba "Geral". E também é preciso, na aba "Vínculos", habilitar três opções de exportação relacionadas aos links internos, como vemos na figura:


Pronto! Ao abrirmos nosso arquivo pdf para checar, constatamos que ele tem os links no índice que nos levam, num clique, para os capítulos correspondentes.



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Convergência para onde?

Imagem: Michal Marcol


Em 2016, segundo as metas oficiais, a TV digital estará implantada em todo o Brasil. Mesmo que haja algum atraso, terminaremos a década com a TV digital em pleno funcionamento.

Estamos, portanto, caminhando para o fim das "emissoras" de TV. Aliás, as antenas já não são mais tão fáceis de se ver nos telhados das casas, pois boa parte dos lares tem tv a cabo.

Já tivemos o fim da máquina de escrever e dos antigos LPs, entre outros itens. Agora caminham para a extinção o CD, o telefone fixo, a televisão aberta e as câmeras fotográficas com filme.

Temos que citar também o previsível fim das videolocadoras, com o advento das empresas de filmes online. Os cinemas também terão seu público reduzido, pois muitas famílias terão a opção de assistir filmes no conforto do lar, na TV ultra-hiper-hd de muitas, muitas polegadas.

O livro em papel ainda permanecerá muitos anos, mas agora convivendo com o livro digital, o eBook. No futuro, talvez na próxima década, a tendência é a de que o livro em papel fique restrito a bolsões culturais mantidos por aficcionados. Assim como o livro manuscrito seguiu, por algum tempo, lado a lado com o livro impresso, também o livro em papel seguirá com seu mercado, ao lado do eBook.

Mas, respondendo à pergunta que dá título a este artigo, a convergência de todas as mídias é para uma única: a internet. Não é à toa que a web é chamada de "a mídia de todas as mídias". Para ela convergirão rádio, tv, cinema, telefonia, fotografia, literatura, educação... esqueci alguma coisa? Ah, sim, também para a internet convergirão revistas, jornais, noticiários e veículos informativos em geral. No Brasil e no mundo, a venda de jornais e revistas decresce.

Por isso, vamos nos acostumar à ideia de que assistiremos à televisão por sinal de internet, assim como por ela ouviremos rádio, leremos jornais e faremos cursos à distância e efetuaremos ligações telefônicas. Com vídeo, claro!

Nesse novo mundo, os tablets serão companheiros de bolso e de bolsa. Não sairemos de casa sem eles.


domingo, 13 de novembro de 2011

A qualidade do livro

O eBook maltratado



Nos últimos tempos, entrei em contato com ótimos eBooks, no Kindle. Mas também com eBooks mal escritos, mal diagramados, com erros de português e de digitação.

O eBook é muito mais do que um livro. Digamos que hoje ele ainda mantém laços com o livro. Mas a tendência é que ele se torne uma forma nova de arte, que mistura música, literatura, cinema e artes plásticas. Isso será possível em breve, com a evolução do formato epub.

Mas deveríamos todos encarar, desde já, como arte, da mesma forma que o livro em papel. Mesmo que não seja literatura, que seja um livro técnico, é arte. Assim, deve ser criado da melhor forma possível, com esmero, poesia e estética.

Erros de português todos cometemos. Para isso existe a cuidadosa revisão. Correndo o risco de ser cabotino, deixo registrado aqui que as revisões da Editora Sucesso são tão cuidadosas que, às vezes, uma única frase é motivo de debate durante 5 ou 10 minutos, até decidirmos por uma solução. (1)

Na década de setenta, durante meu curso de engenharia, estudei a Teora da Relatividade no excelente livro de Robert Resnick, Introdução à Relatividade Especial. Pois o livro está tão bem diagramado, ilustrado e composto, que até hoje o guardo com carinho, embora já esteja com as folhas amareladas pelo tempo. É um livro técnico, mas também é um objeto de arte.

Os antigos compuseram os livros de pedra e argila que os arqueólogos estudam e guardam. Imagine-se se esses humanos do passado tivessem feito seus livros com displicência, achando que não eram importantes, que eram apenas uns rabiscos no barro. A humanidade sairia perdendo.

Um registro eletrônico provavelmente durará milênios, pois é espalhado por milhares de computadores ao redor do mundo. Então, sejamos carinhosos com os leitores e com os pesquisadores do futuro. Façamos do eBook, cada vez mais, se aproximarem da perfeição, mesmo que saibamos que nunca iremos alcançá-la.


(1) Neste site, muitas vezes essa revisão não é possível, devido à dinâmica do blog. Por isso, erros aqui surgem em número maior, o que me incomoda sobremaneira.


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Paraquedas e paradigmas

Tablets caindo do céu

Imagem criada por RLocatelli a partir de uma foto original de hotblack
O site techtudo nos informa que uma ONG decidiu jogar tablets de paraquedas para crianças do "terceiro mundo".

Segundo a notícia, a "...OLPC (sigla da ONG “Um Laptop por Criança”) pretende enviar tablets para crianças de países em desenvolvimento e testar a capacidade delas interagirem com os dispositivos, sem professores, manuais, cursos, nada. A ideia é medir a capacidade de interação da criançada com os equipamentos e ver se elas conseguem não apenas aprender a usá-los sozinhas, mas ensinar aos demais.

Depois de caírem do céu em paraquedas, os tablets da OLPC serão absorvidos pelas comunidades remotas. Aí, um ano depois, membros da OLPC irão aos lugares estudar e analisar os efeitos da chegada dos tablets na educação das crianças."

Isso nos faz pensar: será que essas ONGs do "primeiro mundo", ou seja, dos países que estão afundando na crise econômica, ainda se acham os donos do mundo? E será que eles ainda acham que a capital do Brasil é Buenos Aires?

Claro que é louvável a preocupação com as crianças e sua evolução. Mas não parece algum tipo de experiência feita com as crianças, para ver no que dá?

Os países pobres já não são tão pobres assim. Por exemplo, certas regiões da África fizeram do celular o seu banco. As transações comerciais são feitas de forma eletrônica, transferindo-se créditos do celular do comprador para o celular do vendedor, dispensando a intervenção de bancos comerciais. Muito inteligente e muito revolucionário. Você acha que esses africanos precisam de tablets jogados de paraquedas? Eles provavelmente já os tem, made in China. Assim como já usam geradores solares de eletricidade e lâmpadas de LED, que são as lâmpadas mais avançadas em uso atualmente.

Outras perguntas: como garantir que os tablets caiam nas mãos das crianças, se eles serão simplesmente jogadas de paraquedas? Qual o idioma do sistema operacional dos tablets? O idioma da comunidade? Ou o inglês? A quantidade de tablets será suficiente para a comunidade sobre a qual eles serão jogados? Ou as crianças terão que lutar entre si para conseguir ter um?

Melhor fez a Índia que criou o Aakash, um tablet de U$ 35,00, acessível a boa parte da população do país.

Melhor fez o Brasil que desonerou os tablets e já se prepara para fabricá-los no país, inclusive o iPad.

Não são ONGs de países do "primeiro mundo" que melhorarão o mundo. A própria população dos países em desenvolvimento encontrará seus caminhos, sem precisar ser tutelada por ninguém.


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Publicar um eBook (ou livro em papel) - Parte 2

Vender é uma questão de comunicação

Imagem: jscreationzs / FreeDigitalPhotos.net
Vivemos num mundo que tem duas características básicas: é um mundo capitalista e é um mundo com bilhões de seres humanos.

O autor de livros é, em geral, um ser solitário. Vem-me à mente a imagem de uma pessoa (homem ou mulher) escrevendo na madrugada, com uma xícara de chá ao lado do computador, e, sentado no móvel ao lado, um gato com os olhos meio abertos, meio fechados.

Os autores sabem como escrever livros, mas quase nunca sabem como vendê-los. A exceção, como já foi dito aqui, fica por conta dos professores que escrevem livros para apoiar suas aulas. Ou do consultor de empresas que escreve uma obra para entregar aos executivos a quem presta serviço. Ou outros casos semelhantes.

Vender exige comunicação, divulgação, parceria. Seja a venda de um livro em papel ou de um eBook. Em se tratando de um livro em papel, os pré-requisito são:

- que o livro esteja escrito em bom português;
- uma capa bem feita e atraente;
- que seja um livro registrado na Biblioteca Nacional, com o número de ISBN e código de barras;
- que o preço seja acessível, mesmo reconhecendo-se que os custos do livro em papel são altos.

Mas esses são apenas os pré-requisitos. Eles não garantem nada. Tendo-os, é preciso batalhar. Se o livro está sendo vendido por uma editora, ela provavelmente já terá uma distribuidora, um site de vendas e, além disso, estará atenta aos editais do Ministério da Educação, que é o maior comprador de livros do Brasil, inclusive livros não-didáticos, mas que tenham seu valor para a evolução dos estudantes.

Para um autor ou uma pequena editora divulgar um livro, é preciso entrar nas redes sociais: Facebook, Orkut, Twitter, Lindedin, e outras. É preciso ter um site, blogs. É preciso ir a todo lugar com dois exemplares no bolso ou na bolsa, pois nunca se sabe quando se irá cruzar com alguma personalidade ou jornalista que pode ajudar a divulgação do trabalho.

Há também a opção de venda pelas grandes redes nacionais ou internacionais (Amazon, por exemplo). Essa associação pode ser muito interessante, pois o autor ou a editora entram com a obra e a grande rede entra com a comunicação. Proximamente abordaremos esse tipo de parceria produtiva.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Publicar um eBook (ou livro em papel) - Parte 1


Site dessa imagem aqui

Daremos aqui, algumas orientações para publicar um livro digital, seja para autores, seja para editoras.

Na verdade, o eBook não é um livro em formato digital. Ele é outra coisa, muito maior. Uma nova forma de literatura, de arte, de expressão. Mas, vá lá, nestes primeiros tempos, os autores e editoras ainda tentam fazer com que ele se pareça com um livro, como mostra a imagem deste artigo.

O primeiro passo, obviamente, é escrever o livro, levando em conta o público-alvo, o tipo de linguagem que será utilizada e o potencial de vendas... Bem, cancelemos esses itens. O autor, em geral, não leva em conta nada disso. Ele simplesmente sente necessidade de se expressar, e escreve o livro. Cabe à editora, então, avaliar a qualidade do livro e sua viabilidade econômica.

O segundo passo do autor é tomar a decisão: publicar de maneira independente, "por conta própria", ou procurar uma editora. Detalhe: o autor pode utilizar os serviços de uma editora e, mesmo assim, publicar de maneira independente. É uma ótima alternativa. Vamos detalhar as três opções:

Na primeira, o autor não procura uma editora. Ele mesmo formata o livro e, caso seja um livro em papel, manda imprimir numa gráfica. Nestes casos, não costuma haver revisão ortográfica e gramatical, nem contratação de um capista profissional, nem diagramador. O livro também não recebe o código de barras, pois o autor não sabe que pode registrá-lo como pessoa física. Ao não ter o código, fica praticamente impossível vendê-lo em grandes lojas ou livrarias.

Quando o autor, mesmo com a intenção de publicar de modo independente sua obra, procura o auxílio técnico de uma editora, muitas coisas tendem a melhorar:

- o livro recebe o código de barras, pois a editora orienta o autor a registrá-lo, para que a obra tenha um número no ISBN (catálogo internacional de livros);

- a capa fica melhor, pois que desenhada por um profissional da área;

- a diagramação fica mais profissional, proporcionando uma experiência de leitura agradável.

- a qualidade de impressão fica melhor, pois a editora tem relacionamento com gráficas que trabalham com essa qualidade;

- a chance de o autor vender melhor seu livro aumenta, com as orientações da editora.

Claro que estamos supondo uma editora responsável e séria. Nem todas são. Há maus profissionais em todas as áreas, de motoristas de táxi a cirurgiões-dentistas. A área de editoras não é exceção.

A terceira opção, em que o autor decide publicar sua obra pela editora, tem todas as vantagens elencadas acima e mais algumas:

- a editora poderá vender seu livro em sites; poderá entregá-lo a uma distribuidora. Tudo isso amplia o volume de vendas;

- a editora poderá inscrever o livro em licitações públicas ou privadas. Isso abre a possibilidade de um volume de vendas muito grande;

- a editora poderá inscrever o livro em concursos literários e dividir o prêmio com o autor.

- o livro terá mais credibilidade, ao ostentar o logotipo de uma editora em sua capa e contracapa.
No próximo artigo, vamos falar de um assunto que interessa às editoras e aos autores: como vender um livro? Como fazer a tão necessária ponte de comunicação entre o livro e os leitores em potencial?



domingo, 6 de novembro de 2011

Impressões de BH



Estou compondo este artigo do blog num espaço público de BH, usando meu netbook e a excelente conexão wireless que a prefeitura da cidade disponibiliza por toda uma área.

Comigo tenho vários equipamentos eletrônicos. Façamos um inventário: netbook, kindle, mp3 player. celular, pendrive e um relógio com mostrador digital.

Em minha estada na capital mineira encontrei um garoto de 8 anos que tem dois notebooks antigos que seus parentes passaram para ele ao comprarem equipamentos mais atuais. Tem também um tablet que ele usa para jogar e colecionar figurinhas virtuais.

Mônica, uma bela moça de origem libanesa, usa um poderoso PC em seu trabalho e outro, também potente, em casa. Prova viva de que o PC não morreu. Bem longe disso. Ela também usa notebook, smartphone, etc. Sua mãe adora jogos de computador, preferencialmente corrida de automóveis. Também assiste a vídeos do Youtube, e se diverte muito com eles. 

Nos shoppings, como o Diamond Mall, jovens, crianças e adultos usam seus celulares e smartphones para combinarem passeios. Nos farois, não se vê mais as crianças pobres fazendo malabarismo. Perguntei a um taxista onde elas estavam, já que eram comuns em todos os semáforos do centro. Ele me respondeu:
- Estão na escola, doutor. É o Bolsa-Família. Se elas não estiverem frequentando a escola e a fiscalização descobrir, a família perde o Bolsa-Família.
Aproveitei o início do papo já entabulado e comentei:
- O GPS facilitou a vida dos taxistas, não?
- E como, doutor. A cabeça do taxista não precisa mais guardar nome de rua e localização. Assim, fica mais livre para se concentrar no trânsito.

Os mineiros são muito acolhedores. São muito inteligentes e percebem o que há por trás dos fatos e das pessoas, mesmo quando fazem um ar de desentendidos.

Belo Horizonte conectada não perdeu seu ar de Belo Horizonte. Apenas o atualizou. O sotaque é o mesmo, agradável. Completamente diferente do sotaque do interior de Minas. As ruas continuam bonitas e arborizadas, pelo menos no centro e Savassi. Mas as pessoas têm mais informação. Seja o garoto de 8 anos que tem um tablet e dois notebooks, seja o taxista, seja a moça de origem libanesa e sua família. Claro, isso não quer dizer que as pessoas efetvamentee se informarão mais. Mas pelo menos têm uma porta aberta para isso.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Inclusão digital avança

Brasil já é o terceiro no mundo
em número de internautas
Créditos da imagem: jscreationzs / FreeDigitalPhotos.net
Levantamento do Instituto Ibope Nielsen Online mostrou que o Brasil superou a Alemanha em número de pessoas com acesso à internet. Chegamos a 46,3 milhões de internautas.

No ano passado, já havíamos superado a França e o Reino Unido. Dos BRICS (conjunto de países emergentes que inclui Brasil, Rússia, China e África do Sul) nós estamos na frente em crescimento do número de computadores. Os índices brasileiros se superam a cada ano.

Estamos atrás apenas dos EUA, campeoníssimos, com 203 milhões de usuários da web, e do Japão, que ocupa o segundo lugar com 62 milhões de internautas. China e Índia, embora tenham populações que superam 1 bilhão de pessoas, são países de famílias predominantemente pobres. Por isso, ficam para trás nessa corrida pela inclusão digital. Rússia e África do Sul, além de também sofrerem com o alto índice de pobreza, têm populações bem menores que os dois gigantes asiáticos.

O número de residências brasileiras com acesso à web subiu de 48 milhões, em 2010, para 58 milhões no terceiro trimestre de 2011, um crescimento assombroso, que corre junto com o crescimento do número de computadores. Esse foi o maior crescimento anual já registrado na década.

Internet fora de casa

Quando se inclui, nesse levantamento, os acessos à web no trabalho, na escola, em lan houses, etc, os números são ainda mais impressionantes: atingimos 77,8 milhões de internautas!

É líquido e certo que esses internautas que ainda não têm internet em casa almejam esse acesso. Certamente esse Natal será um Natal eletrônico, em que muitos computadores, tablets, notebooks e netbooks sairão das prateleiras das lojas para as residências da classe média emergente.

Uma outra possibilidade, para os jovens que já têm um aparelho portátil mas ainda não têm internet em casa, é o acesso sem fio em livrarias, rodoviárias e locais públicos. Por exemplo, a rodoviária de Belo Horizonte tem internet sem fio de alta velocidade oferecida pela prefeitura. Outro exemplo é a Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, que tem internet sem fio gratuita oferecida pelo governo do Estado.

Há também muitas pequenas cidades que oferecem acesso à web, gratuitamente, a todos. Damos aqui o exemplo da cidade de Pedreira, interior de São Paulo. A prefeitura provê, a todos os 45.000 habitantes, internet sem fio.

Isso representa um mercado potencial de fazer cair o queixo de todos os comerciantes. Imagine-se as possibilidades de venda de livros eletrônicos a essa população ávida por desbravar um novo mundo que, na década passada, estava completamente fora de suas capacidades financeiras.

Até as novelas começam a focar a nova classe média
Potencial de expansão

Estamos entrando na segunda década do século. A ascensão do Brasil parece acelerar ainda mais. Enquanto a Europa tenta sair de uma crise infindável, o Brasil se dá ao luxo de fazer duras exigências para permitir que empresas automobilísticas se instalem aqui, o que mostra a pujança de nosso país.

Para as editoras, é um momento mágico, de conquistar esses novos clientes, oferecendo preços competitivos, tanto para livros em papel, como para os eBooks. No caso dos eBooks, as pequenas editoras estão em vantagem, pois seus custos são menores e elas são capazes de ter um relacionamento mais próximo com os clientes.

Aliás, como pode ser esse relacionamento? Falaremos disso em breve.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Os autores nacionais

Complexo de vira-latas no mundo dos livros


Muito se fala do chamado complexo de vira-latas do brasileiro. Essa expressão foi criada pelo dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, e caiu como uma carapuça naquelas pessoas que acham que só o que é bom é o que vem de fora.

Tempos atrás, no auge da era Harry Potter, um autor brasileiro, com mais de 10 livros publicados, com um público cativo, tentou, em várias livrarias, colocar algum cartaz ou propaganda de seu novo livro. As livrarias se recusaram. Não era possível. Não havia espaço. Quando ele argumentou que havia espaço para colocar caldeirões de Harry Potter nos corredores da livraria,  e cartazes do livro O Senhor dos Aneis pendurados por toda a loja, os gerentes das livrarias respondiam algo como:

- Ah, mas é o Harry Potter, né?

Para o Harry Potter, que vem da Europa, há espaço de sobra. Mas um autor brasileiro, com venda garantida, não pode contar com isso. Para romper esse bloqueio, é preciso ser um Jô Soares, um Paulo Coelho, ou então algum artista. Mesmo assim, eles não têm o destaque que os livros vindos de fora têm.


Este blogueiro não tem nada contra Harry Potter. Ao contrário, gosto muito da série, que revela, entre outras coisas, os meandros das relações humanas, mormente as relações entre o professor e o aprendiz. Gosto muito do Senhor dos Aneis, um livro que conseguiu condensar boa parte da mitologia nórdica, o que não é pouca coisa.

Mas gostaria de ver os autores brasileiros tratados com a mesma deferência dos estrangeiros. Algumas livrarias nos dão a nítida impressão que priorizam os romances vindos da Europa ou dos EUA, mesmo que sejam de baixa qualidade.

É impressionante como ainda temos esse complexo de vira-latas, mesmo com o Brasil sendo respeitado e admirado em todo o mundo, enquanto a Europa naufraga em dívidas. É hora de eliminarmos esse cacoete do passado. Somos uma das nações mais poderosas do mundo. Somos o terceiro país do mundo em acesso à internet, à frente da Alemanha e atrás apenas da China e dos EUA. Enquanto a Europa vai de pires na mão ao FMI, o Brasil se dá ao luxo de fazer duras exigências para autorizar empresas a se instalar em nosso país.

Esperemos que o eBook democratize mais o acesso dos autores brasileiros ao público leitor. Ao que parece, isso tem todas as chances de acontecer. O próximo Natal será, no dizer de alguns, "o Natal dos tablets". Os preços desses computadores ultra-portáteis estão caindo, ainda mais agora com a redução de impostos.

A Europa e os EUA vivem uma crise econômica muito grave. Essa crise, certamente, se refletirá numa crise de criatividade. Teremos menos autores estrangeiros lançando obras com uma megaestrutura de apoio logístico e de marketing. Até nos filmes sentiremos isso. Este ano não tivemos James Bond!! Pura falta de recursos.

Como dizem os chineses, crise é oportunidade. Que esta dificuldade da Europa e dos EUA sejam uma porta aberta para os autores brasileiros ganharem espaço nos corredores das livrarias brasileiras.


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Software da semana - Firefox

Mozzila Firefox - rompendo paradigmas


Ícone do navegador Firefox
Firefox mordendo o Internet Explorer,
uma imagem bem-humorada que circula na net

Havia uma dificuldade inicial para quem se propõe a conhecer o sistema operacional Linux: eram os paradigmas estabelecidos pelo sistema operacional dominante. Um exemplo: para quem não tem experiência com computadores, aquela letra e azul era sinônimo de internet, e não o ícone de um navegador específico, de uma empresa específica. No Linux, não há Internet Explorer. Nesse outro sistema operacional usa-se outros navegadores, bem melhores, como o Firefox.

Hoje, mesmo para quem usa o Windows, os horizontes se abriram. As pessoas já sabem que têm mais opções, pois estão mais informadas. Na Europa, no início deste ano, a empresa StatCounter emitiu relatório informando que o Firefox é o navegador mais usado no Velho Continente, superando o Internet Explorer.

Na estatística mundial, o IE ainda está na frente, com 46,9% de participação, seguido por Firefox com 30,7%, Chrome (14,8%), Safari (4,79%) e Opera (2,07%). No Brasil, o IE lidera, com 46,86%, e é seguido pelo Firefox e pelo Google Chrome, com cerca de 26% cada um. Safari e Opera aparecem, respectivamente, apenas com 0,69% e 0,53% da preferência.

Por que experimentar outros navegadores se meu computador já veio com o IE?

Em geral, as pessoas que compram seu primeiro computador usam o IE simplesmente porque ele vem junto com o Windows. Aliás, isso ocorreu, originalmente, porque a Microsoft fez uma guerra desleal contra o saudoso navegador Netscape, da empresa Netscape Communications Corporation. Aliás, precisamos dar crédito a quem o merece: a Netscape desenvolveu o protocolo Secure Sockets Layer (SSL) para garantir a comunicação on-line, que ainda é amplamente utilizada, bem como JavaScript, a linguagem mais utilizada para certos tipos de scripts de páginas web.

Mas hoje, o monopólio de navegação está terminado. Se entrarmos no site de downloads Baixaki, e escolhermos a opção navegadores, teremos uma lista de várias páginas, que inclui o Firefox, Chrome, Opera, Safari, Orca, SeaMonkey, e muitos outros, dezenas deles.

Os navegadores disponíveis são todos gratuitos. Cada um tem sua particularidade. O Firefox foi dos primeiros (senão o primeiro) que utilizou o prático sistema de abas. Mas o principal atrativo é que, com ele, o internauta está no controle. O Firefox permite, facilmente, alterar TODAS as opções de navegação, registro de histórico, preferências, etc.

Então, se você ainda está preso ao IE, experimente um mundo novo lá fora, com o Firefox.
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PS.: esta matéria foi motivada por uma ajuda que prestei a uma amiga. Ela precisava acessar um site de órgão público que gravaria determinados arquivos em seu computador. O IE simplesmente se recusava a fazer o serviço. Com o Firefox, o problema foi resolvido em 2 minutos.